Celebração na Sé assinalou jubileu diocesano, durante a qual foi lida uma mensagem do Papa Leão XIV
Santarém, 16 jul 2025 (Ecclesia) – O bispo de Santarém presidiu hoje à celebração comemorativa dos 50 anos de criação da Diocese de Santarém, na Sé da cidade, na qual manifestou o desejo de tornar Deus mais próximo de todos.
“Foi certamente a afirmação da fé, a conjugação de condições e a vantagem de maior proximidade no acompanhamento e coordenação pastoral que justificou a criação de uma nova Diocese. Cinquenta anos depois, importa assumir a missão pastoral na Diocese conscientes da responsabilidade que temos de tornar Deus mais próximo de todos”, afirmou D. José Traquina.
Na homilia, o bispo diocesano reforçou que é “necessário assumir o mistério da encarnação”: “Deus tornou-se próximo da humanidade, a Igreja Diocesana nas mais diversas dimensões tem de ser o sinal vivo e próximo da presença de Deus”.
“É necessário reconhecer que Deus tornou-se próximo e disponível mas não foi para roubar nada a ninguém, antes pelo contrário: tornar Deus próximo é sempre para valorizar a pessoa humana, pessoas de todas as cores e origens, naturais da região ou migrantes, de todas as condições e idades”, realçou.
Para o bispo de Santarém, esta proximidade deve concretizar-se “para valorizar as famílias, o trabalho, a educação, o cuidado com o ambiente, sem esquecer os mais pobres”,
Perante uma assembleia em que estiveram presentes autoridades eclesiásticas e civis, D. José Traquina sublinhou que “a Igreja Diocesana é chamada a concretizar a proximidade de Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo a valorizar a pessoa humana nas suas potencialidades de realização e de participação do que é bem comum e a construção da paz”.
A existência da Diocese pode então significar que Deus quer estar próximo de todos os habitantes. Esta proximidade acontecerá mais facilmente na medida em que estivermos próximos uns dos outros no propósito de continuar a servir na missão que Cristo nos confia na sua Igreja e na sociedade.”
Segundo D. José Traquina, “a proximidade é também necessária para a Igreja prosseguir no modo sinodal”.
O bispo de Santarém fez referência à bênção apostólica concedida pelo Papa Leão XIV e à mensagem que o pontífice enviou a propósito do 50ºaniversário da diocese, em que sugeriu “um renovado e frutuoso impulso missionário”, tendo D. José Traquina feito uma promessa.
“Vamos reler a mensagem do Santo Padre e considerá-la na programação do novo ano pastoral”, disse.
Na celebração, o bispo de Santarém agradeceu a todos aqueles que contribuíram para a criação da diocese e aos que, “desde o início, assumiram especiais responsabilidades a começar pelo primeiro bispo, D. António Francisco Marques”.
D. José Traquina fez ainda agradecimentos a uma longa lista de personalidades, entre as quais o presidente da República, bispos, arcebispos e cardeais, presidentes das Câmaras Municipais da área geográfica da Diocese, aos padres da diocese, entre outros.
Na Solenidade da Dedicação da Catedral de Santarém, o bispo lembrou a leitura do primeiro Livro dos Reis, para referir que os “cristãos também tiveram necessidade de edificar os seus espaços de oração”.
“A catedral, como outras igrejas da Diocese, sugere-nos a gratidão pelo trabalho e cuidado de tantas pessoas que no passado projetaram e edificaram espaços que perduram e nos fazem sentir bem envolvidos em obras de arte inspiradas na mensagem do Evangelho”, referiu.
Segundo D. José Traquina, “a Igreja como realidade abrangente a todos povos e línguas, só poderia acontecer com pessoas com o dom da Fé e abertas à ação do Espírito Santo”.
A celebração contou com a presença de representantes políticos, incluindo o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
A Diocese de Santarém celebra hoje 50 anos; foi criada a 16 de julho de 1975, pela Bula Apostolicae Sedis Consuetudinnem do Papa Paulo VI, que nomeou D. António Francisco Marques como seu primeiro bispo.
LJ/HM/OC
No final da Missa, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a ação da Diocese de Santarém “Na cultura, na ação social, na saúde, na proximidade, no acompanhamento das famílias, das escolas, das comunidades”, inspirada pelo Evangelho e dedicada ao outro, “num tempo de tanto egoísmo, de tanta discriminação, de tanta intolerância, de tanta violência”. O chefe de Estado evocou a história desta comunidade, afirmando que “é a história de Portugal, a história do futuro. “E é esse futuro aqui presente que eu, em nome de todos os portugueses, vim agradecer”, concluiu. |
Igreja: Leão XIV une-se às celebrações do 50.º aniversário da Diocese de Santarém