A minha experiência nas JMJ em 2011 foi um marco importante na minha caminhada pessoal e de fé. Tinha ainda 17 anos, era uma menina ainda acabada de entrar no Grupo Adonai. Tudo ainda era novo para mim e fui ‘arrastada’ sem saber bem para onde ia; sabia com quem ia, mas não sabia o que esperar, nem das Jornadas em si, nem do que ia ser a vivência em grupo. E acabou por se tornar o maior abanão que levei, a semana mais transformadora que tive.
Tive que aprender, rapidamente, a viver 24h por dia com um grupo de pessoas com quem antes só convivia 3h por semana. Saber esperar, saber ouvir, saber calar, saber respirar fundo. Treinar a paciência, treinar o companheirismo, treinar o sacrifício, treinar a amizade.
Todas as experiências de que pudemos usufruir pela organização das JMJ foram incríveis, deram-nos muitas ideias para implementar na nossa casa, na nossa comunidade; a espera pelo encontro com o Papa foi particularmente inesquecível. Mas o que mais me marcou foi sem dúvida a experiência em grupo, e os ensinamentos daquela semana, que mudaram a forma como vivi a minha caminhada nestes anos todos... E sei que também fortaleceu todas as pessoas com quem vivi as Jornadas.
Agora espero e estou curiosa pelo que estas JMJ 2023 me vão trazer de novo e de transformador. Pelo que vou viver, dar e receber.
A experiência nas JMJ em Madrid marca de forma muito particular aquela que foi a minha caminhada enquanto jovem franciscana! Recordo, com carinho, as palavras de Bento XVI na homilia de encerramento das Jornadas: “Cristo hoje também se dirige a vós com a mesma pergunta que fez aos apóstolos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Respondei-Lhe com generosidade e coragem, como corresponde a um coração jovem como o vosso... Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nunca me abandone”. Viver as JMJ é precisamente isso … ir beber da Fonte, recarregar energias para quebrar as rotinas dos nossos grupos de jovens e encontrar a força para trilhar caminhos novos!
As JMJ ensinaram-me que é possível parar e encontrar silêncio no meio de 2 milhões de jovens! Que no meio de tantos outros jovens que vivem e experienciam a fé de forma tão distinta da tua é possível sentir que existe um mesmo Cristo que nos une!
Para aqueles que se preparam para as próximas jornadas aqui bem pertinho, partilho também a experiência física difícil que as JMJ foram: longas caminhadas, calor abrasador nas ruas de Madrid, filas para transportes, multidões, pouco tempo de sono, até uma tempestade tropical na nossa noite ao relento em Cuatro Vientos. Mas são precisamente estes momentos que nos fazem tirar a viola do saco, afinar vozes e cantar, rezar pelas ruas, redescobrir a “verdadeira e perfeita alegria”.
Para ti, que te prepararas para as JMJ, abraça este desafio com garra, generosidade e fé para que depois possas trazer essa alegria renovada para a tua comunidade!